Caros irmãos e irmãs, eu vos saúdo.
O meu papel principal é de extrair a Luz da sombra, de fazer crescer a Luz. Através disso, o eixo da cura, que representa o combate entre a sombra e a Luz, me fornece o terreno para a elevação das almas.
A sombra é, certamente, a coisa mais necessária no mundo onde vocês vivem hoje, porque o plano em que vocês vivem é o plano dos extremos, o plano onde a atração da sombra é mais forte e onde o plano de atração da Luz começa a emergir.
Assim, através dos médiuns, eu intervenho a fim de aclarar as zonas de sombra e não é necessário jamais considerar a doença como um obstáculo mas sim como uma ocasião única de subir, passo a passo, os degraus para a Luz. Assim, a doença é também o poder da sombra sobre o vosso destino.
Foi-me conferida a possibilidade de libertar a Luz aprisionada pela sombra, mas não rejeitem a sombra porque é graças a ela que vocês podem esperar, um dia, o suporte para irem para a Luz verdadeira, para a Luz do Cristo, para o logos solar, para a vossa luminescência da alma e do Espírito.
A sombra trabalha para a Luz, compreendam isso. A sombra nunca foi um fim em si, o fim em si é a Luz e nada mais. Vocês estão aqui para combater, se identificarem neste combate da sombra contra a Luz e da Luz contra a sombra, até um certo estágio. Esse estágio é a resolução, ou antes o espaço de resolução da doença, que conduz à explosão da Luz que se traduzirá seja pela morte, seja pela ressurreição.
Assim, foi-me dado intervir neste espaço onde o ser está perto da morte, perto da doença, do sofrimento, para daí extrair a sua própria Luz e tentar transcender as suas zonas de sombra a fim de renascer totalmente na Luz, totalmente purificado, totalmente iluminado.
A minha intervenção consiste em favorecer o apoio da Luz sobre a sombra a fim de que a sombra desapareça pelo abrasamento da Luz.
O meu Espírito é um Espírito de fogo porque o fogo ilumina, queima, transforma e transcende conduzindo à ressurreição na verdade, a ressurreição na Luz onde a sombra não existe mais, em resumo, à transcendência, ao caminho que está para além do caminho, o momento onde o ideal da Luz dá lugar ao abandono à Luz, a fim de que esta trabalhe e venha reduzir a sombra. Assim procede a doença, qualquer que ela seja.
A doença que o vosso templo físico traduz não é senão a concretização e a expulsão do combate da sombra e da Luz. Não alimentem a sombra com os vossos pensamentos mas alimentem a sombra com o vosso coração e com a Luz a fim de que aquela se dissolva, a fim de que aquela não vos possa conduzir à morte mas antes à ressurreição, à Luz que vocês são, de toda a eternidade.
Retenham a necessidade de identificação enquanto ser humano: nós temos necessidade, num primeiro tempo, de nos identificarmos a fim de fazer nosso aquilo que nós procuramos. Vocês preferem a identificação com a sombra? Ou vocês preferem a identificação com a Luz?
Uma e outra, de qualquer modo, vos conduzirão um dia a abandonar, a matar este ideal a fim de entrar na eternidade que está para além do combate da sombra e da Luz.
A Luz é um fim em si, a fim de descobrir que para além da Luz há o pensamento não dual. Há a eternidade para além da Luz, há a imensidade, a infinidade do que vocês são.
Mas, nesta dimensão, nesta encarnação, vocês devem em permanência (é um combate de cada respiração) separar o trigo do joio, distinguir a sombra da Luz. Neste sentido, a um dado momento do vosso caminho, vocês são um guerreiro da Luz depois de ter sido um guerreiro da sombra, da divisão, da separação. Mas chega um dia em que o guerreiro se torna pacífico. Nesse momento, vocês abandonam a vossa alma e o vosso Espírito e o vosso corpo ao pensamento da Luz que está para além da Luz.
Assim vai a vida humana: identificarem-se, comer, absorver o vosso ideal. E depois chega um dia em que vocês compreendem que o vosso ideal, primeiro exterior e depois todo interior, não é o fim do caminho mas o início do caminho.
O fim do caminho só ocorrerá quando vocês forem capazes de controlar todos os elementos da vossa natureza inferior e, tendo controlado isso, os remeterem à Luz a fim de esta vir libertar totalmente as correntes (cadeias) da encarnação. Eu emprego a palavra corrente por significar que aí não há senão um peso a aligeirar, senão um peso a transcender.
Vocês são efetivamente, todos, sem exceção, mesmo pela vossa criação, Cristos em elaboração. Vocês são Cristo mas vocês não o sabem. Vocês são Cristo mas vocês não o vivem. Vocês são Luz mas vocês não o sabem. Vocês são pensamento de Luz mas não o vivem ainda.
O que um chama morte, o outro chama nascimento. Assim vão os ciclos da vida, passagem de um estado a outro estado. A doença é o meio de deixar nascer outra coisa e eu venho para favorecer, para permitir a esta Luz desta doença alcançar um novo limiar onde vocês se aproximarão da Luz e do pensamento da Luz.
O vosso destino é Luz. Não deem importância ao barulho deste mundo. Vocês já têm o suficiente a fazer com o vosso barulho.
Alguns entre vocês estão em combate. Outros entre vocês estão no ponto de terminar o combate. Para combater é preciso haver dois. Terminar o combate é terminar a dualidade. Terminar o combate é entrar em Unidade.
O meu papel, também através das manifestações tangíveis da cura de uma doença, através da realidade da Luz que é transmitida aquando das minhas intervenções, vos dá o suplemento de alma, o suplemento de Luz, que vos engajará a acabar o combate.
Muitas vezes foi dito que ninguém pode fazer o caminho no vosso lugar. Isto é verdade. Ninguém pode, além de vocês mesmos, andar e dar os vossos passos e ainda é preciso que vocês aceitem totalmente a razão porquê vocês estão aí.
Bem compreender este mundo de dualidade, não como um mundo obscuro, sombrio, tenebroso mas como a semente que é plantada, mesmo nesta sombra da terra, e que vai produzir a mais sublime alquimia que é a eclosão.
A vossa vida, o vosso destino procura um dia ou outro a escotilha (o portal). Vocês são uma flor em elaboração, vocês são um Cristo em elaboração, todos, sem exceção.
Nós vamos, no entanto, verbalizar um espaço para troca de impressões. Assim, caras Luzes, caros Cristo, eu vos dou a palavra.
Pergunta: Que significa «ser Cristo»?
A finalidade de toda a vida é Cristo. Cristo longe do Senhor é Sol, filho do Pai, filho da Fonte, de onde tudo provém e onde tudo retorna. Movimento de ir e voltar.
No mais profundo do ir vocês veem pouco o retorno. A dimensão da vida presente é o fim do ir e o momento do retorno que começa.
Vocês serem Cristo significa o que vocês são de toda a eternidade, desde o momento inicial em que vocês separaram a vossa alma da Fonte até ao momento final em que tudo retorna à Fonte.
O estado Cristo é um estado de sacrifício, um estado de Unidade. O que significa estar sacrificado no estado Cristo? É a sombra, sacrificada no altar da Luz, no altar da Unidade.
Vocês são Cristo. A isso eu vos chamo.
Pergunta: Rezar a um santo numa igreja pode ajudar?
Caro Cristo, enquanto tu procurares o teu caminho no exterior, tu estarás no exterior de ti.
Enquanto tu procurares através de um lugar, através de uma data, a radiação de um qualquer ser Cristo, tu procurarás fora de ti mesmo, aí onde reina o combate. É preciso procurar em si mesmo.
Vocês têm, como se diz, a resposta em vocês mas isso não é uma visão do Espírito, isso é uma realidade do Espírito.
Enquanto vocês procurarem no exterior vocês esquecerão o lugar primordial que é o coração do vosso ser. Enquanto vocês cederem o vosso poder a um outro Cristo vocês não serão o vosso próprio Cristo e vocês se afastarão da Unidade.
A resolução última que é, eu vos lembro, o abandono à Luz, só se pode situar no interior do vosso ser e não em quaisquer modelos. Mas é vos possível, pela vossa liberdade, continuar a procurar no exterior. Então, eu posso responder que tu o podes fazer. Isso quer dizer que tu terás, ainda, necessidade de procurar no exterior a prova da tua realidade Crística.
Pergunta: Qual é a diferença entre depositar os seus problemas aos pés de Jesus ou junto da Fonte?
Minha cara filha, não há nenhuma diferença, Jesus é Cristo, é Fonte, é origem. Ele é filho do Pai, imagem do Pai.
Qualquer que seja o nome que vocês derem (Cristo, Fonte, Unidade) trata-se da mesma coisa, da mesma Essência que o vosso véu de ilusão de encarnação vos faz apreender de maneira diferente.
Quando vocês fusionarem essas diferenças (Cristo, Jesus, Fonte, Unidade) vocês verão a Unidade. Não há oposição, é a mesma coisa.
Pergunta: A oração, de coração a coração, com o Pai permite alcançar essa Unidade?
A oração de coração a coração, tal como vocês a formulam, é dualidade. Isso significa, caro Cristo, que tu consideras que o coração do Pai está fora do teu coração e que tu colocas uma distância entre o teu coração e o Pai. Isso não é Unidade. Isso é ainda combate do guerreiro da Luz.
Não há nenhuma diferença entre o teu coração e o do Pai. Não pode, portanto, haver oração de coração a coração mas oração no coração.
Enquanto tu colocares uma distância entre o objeto da tua oração e tu mesmo, haverá dualidade.
Pergunta: Portanto, dirigir-se ao Pai, é dirigir-se a uma parte de nós mesmos?
Não uma parte mas a totalidade. Isso seria limitante.
Pergunta: É necessário utilizar palavras para ancorar isso?
As palavras não são senão palavras. Somente quando elas se tornam Luz, quando à identificação com as palavras, elas tomam a sua total vibração.
Enquanto as palavras são pronunciadas elas são exteriores à Unidade. Somente quando elas são digeridas elas são Unidade.
Toda a oração, mesmo dita com o coração, não é senão o pálido reflexo da realidade. Só quando vocês vivem as palavras ao nível do coração se encontra um espaço de resolução, em que a Unidade se manifesta.
Agora, caros Cristo, centrem-se na vossa Essência, centrem-se no vosso ser, esqueçam as palavras, voltem ao coração do centro.
Não existe outro senão o centro imutável em vocês, espaço de resolução dos opostos, aí onde agora, pela graça do Pai, eu venho selar a promessa.
Recebem a Luz e a Unidade.
Sejam abençoados por quem vocês são, sejam abençoados pela vossa divindade.
Mensagem de Santo Inácio de Loyola (SILO) no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=166
08 de agosto de 2006
(Publicado em agosto de 2006)
Tradução para o português: Cristina Marques e António Teixeira
http://minhamestria.blogspot.com
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