domingo, 15 de julho de 2012

BIDI 2 13 de julho de 2012 - AUTRES DIMENSIONS




Pergunta: quando uma questão surge, acontece-me de esquecer o instante seguinte ou então de dizer-me que isso não é importante. Isso flutua, por vezes, de ficar o cérebro vazio e de não mais ter vontade, mesmo, de procurar compreender. Seriam estas as premissas de um Abandono total antes do Basculamento?
O fato de ver a inutilidade de seus próprios questionamentos são as premissas do Abandono do Si. 
E assim, efetivamente, o que é vivido é um Basculamento. 
É o momento em que todas as questões que possam surgir em sua consciência, em seus pensamentos, é-lhe permitido vê-las como não mudando estritamente nada do que você É. 
O fato de que estas questões desaparecem ou que às vezes você se diz "por que se preocupar?“, é o suficiente para afastar os pensamentos, tornando-os ineficazes no seu Eu Sou. 
E este é, de fato, o Basculamento, não para o Absoluto (o que é impossível), mas sim o último Basculamento do Eu Sou à Infinita Presença. 
Este é o momento em que há, efetivamente, dentro do que Eu, a aparição do "por que se preocupar?", que não é uma renúncia, mas de recolocar questões em seu sentido primeiro.
Quer dizer um questionamento sobre uma causalidade: causalidade que pertence, de maneira permanente, ao efêmero. 


No Absoluto, não pode existir a menor questão.
A vida é vivida na Paz, na Alegria e, sobretudo no Êxtase, onde toda questão que possa aflorar não interesse mais do que a causalidade em si: "onde se encontra a chave da porta," e não mais " onde é o meu caminho" e muito menos "onde está a Porta Interior”. 
As questões permanecem no domínio da causalidade imediata da vida deste saco de comida e deste saco mental, mas não interferem mais, de qualquer forma, sobre a Consciência em si, sobre o Eu Sou. 
Só o "eu" pode estar implicado, como uma ação ou uma atividade do mental, necessária, por exemplo, para conduzir um veículo. 
Mas as questões extinguem-se em si mesmas sobre o sentido da vida, sobre o sentido da Presença ou da Ausência.
Isso traduz, efetivamente, o basculamento do Eu Sou em sua última manifestação, chamada Infinita Presença. 
Há, portanto, seguramente, no próprio mecanismo das perguntas que vocês fazem, uma orientação sobre a situação do seu ponto de vista.
Se suas perguntas, destinadas à causalidade, são exercidas numa causalidade espiritual, vocês estão muito longe do Absoluto ou ele está, muito longe de vocês, a partir do seu distanciamento de si mesmos. 
Porque mantendo um questionamento sobre o próprio sentido de sua vida, ou sobre questionamentos ditos espirituais, vocês mantêm uma distância artificial entre o que vocês São, em Verdade, e o que vocês manifestam. 
Enquanto houver perguntas e respostas, como nós o fazemos, não pode haver Absoluto: há aproximação ou distanciamento, segundo o ponto de vista de que é o seu e que é o meu. 
O Absoluto não conhece nenhuma questão. 
O Absoluto é evidência. Ele não se mescla com o que nele contém, ou seja, o relativo. 
Se vocês se questionam sobre o seu passado, sobre as suas relações, sobre o seu futuro, sobre o amanhã, em uma jornada espiritual, vocês trapaceiam a si mesmos. 
Vocês não precisam de uma trapaça exterior, vocês se divertem na ilusão.
Quando o Absoluto está aí, desvelado, revelado, não pode haver questão.
Quando o Duplo toma vocês, o que pode existir como questão aqui neste corpo? 
A questão pode chegar depois da experiência. 
Se ela [a questão] acontece durante a experiência, a Comunhão, a Dissolução, a Onda da Vida, tudo isso para.
É neste sentido que se diz a vocês para ficar tranquilo, não fazer nada, nem mesmo observar nem ser a Testemunha. 
Por contras, façam todas as perguntas que vocês quiserem para comprar uma roupa, mas vocês não são a roupa. 
Vocês não são nem mesmo o que está na roupa. 
O que vocês são não chama qualquer pergunta, porque é uma evidência e que, desde o instante em que vocês o São, mais nenhuma dúvida, mais nenhuma pergunta, pode nascer. 
Vocês estão além do "eu", além do Si, além da causalidade. 
Vocês São a Graça. A Graça não se interroga jamais a si mesma. 
Enquanto vocês têm a impressão de evoluir, de progredir, de aproximar-se ou de distanciarem-se, vocês permanecem na causalidade, na ação / reação. 
No Absoluto, há o que vocês São, por Essência e por Natureza. 
Todo o resto é supérfluo. O questionamento sobre o espiritual não é mais do que uma trapaça. 
Questionar não é refutar. 
Quando vocês São Absolutos, vocês o sabem, porque vocês o vivem. 
Nenhuma interrogação pode nascer sobre o que vocês São. 
A interrogação já é uma tomada de distância, a percepção de uma distância, de uma meta, de algo a encontrar, a procurar, a explorar. 
Isto é, quando todos esses jogos cessaram, que o Absoluto É.

Pergunta: Cada vez mais, eu me sinto como uma rolha sobre o mar sem uma bússola ou compasso.

Eu voltarei a uma frase que é chave, porque corresponde muito exatamente ao que você descreve. 
Você disse ser uma rolha sobre o mar, o que mostra, em evidência, que você deixe sua vida dirigir-se pela corrente da vida. 
Mas por que você põe uma distinção entre a rolha e o mar? 
Você não é a rolha: você é o mar que contém a rolha. 
Se você muda este ponto de vista e como você compreende isso e o vive, o Absoluto está aí. 
Há ainda uma tomada de distância. 
Você se deixou levar pela vida, pela Onda da Vida, mas você não é ainda a Vida, porque você considera que você é a rolha sobre o mar.
É o mesmo exemplo do que eu tinha chamado o teatro, o palco, e o espectador e aquele que aceita sair do teatro para ver que o teatro não existe. 
Da mesma forma, eu convido você a ser o mar e não mais a rolha. 
Em um dado momento, você verá que não há nem mar, nem rolha, mas que você é o conjunto de tudo isso, no entanto. 
Isto corresponde, também, ao que eu nomeei as camadas de cebola. 
Renda-se conta de que, além do observador da Fluidez nova que você vive, há algo por trás deste observador, que nunca mudou que sempre esteve aí e que não coloca nenhuma distância, nenhuma separação entre a rolha, o mar e o conjunto, que não existe. 
Se houver, a este nível, o gatilho que se faz, você vai mudar seu ponto de vista. 
Você não será nem a rolha nem o mar. Nesse momento você será Absoluto. 
Eu convoco você então, além de refutação que você realizou e da pesquisa, a desidentificar-se da rolha, mesmo se esta rolha é leve e deixar a vida percorrê-la. 
Deixar a vida percorrer você, mostrar-lhe a vida mas você É a Vida e não o que é percorrido pela vida. 
Aqui cessa toda projeção da Consciência, em um "eu" em um Eu Sou ou mesmo em um observador. 
É muito simples. Coloque-se onde não há mais movimento, não no centro da rolha, não no centro do mar, mas no centro de Tudo. 
Este centro de Tudo é o centro em cada ponto e não no centro. 
Este centro aí é o centro real, o qual não necessita de ser localizado, porque cada ponto dele é equidistante.
Se você apreende isso, então o Absoluto está aí. 
Não há necessidade de tempo. No seu caso, não há necessidade de refutar, nem de questionar nem de investigar. 
Aceite. Então, o Absoluto está aí. 
Você não é nem o mar nem a rolha. 
Você é o que suporta a rolha e o mar. Aí reside o Absoluto.

Pergunta:  o Absoluto ou Paz suprema, é o que é estar na Simplicidade, Humildade, Transparência, na própria Essência do que nós Somos?

A partir do instante em que vocês são Humildes e Simples, a partir do instante em que vocês saem de todo papel, de toda função, não por pedir demissão mas colocando-se no justo ponto de vista, a partir do instante em que vocês não inter-reagem mais, por Transparência, então a Onda da Vida, o Absoluto podem Ser. 
Porque, justamente, vocês não estão mais na ação nem na reação. 
Mas compreendam bem que isso não os impede de agir. 
É o ponto de vista que mudou. 
Vocês aceitam que este saco de comida, que esse saco mental, faça o que precisa ser feito. 
Mas vocês não são o que faz. 
A partir desse instante, o Absoluto está aí. 
Isto é, portanto, novamente, uma mudança de posição, de olhar, de ponto de vista. 
É tomar consciência, primeiramente, que há um observador, que há a Vida e que isso se vive independentemente de vocês. 
Esta é a saída da implicação, é a saída do ego, é a Transcendência do Si, é o basculamento na Infinita Presença e, é enfim, deixar ser o Absoluto que vocês São. 
A partir do momento em que vocês não inter-reagem mais, em que vocês ficam tranquilos, em que vocês fazem o que este saco de comida pede-lhes para fazer, o que este saco mental pede-lhes para fazer, vocês não estão mais ligados a eles. 
Vocês contêm isso, mas vocês são muito mais do que isso. 
Vocês põem fim à separação, à divisão, à ação / reação, vocês descobrem o Eu Sou, e o Eu Sou Um, a Infinita Presença e aí, se vocês renunciam a tudo isso, nada de tudo isso desaparece, mas vocês desaparecem da ilusão que consistia em crer que vocês eram isso. 
Há portanto, uma desidentificação, uma despersonalização, uma desindividualização, é claro, o mental vai chamar a morte. 
Mas vocês não são nem o que nasce, nem o que morre. 
Vocês são o que sempre esteve aí, o que nunca mudou. 
É a ilusão faz vocês pensarem que vocês são uma pessoa, que vocês têm um projeto para levar, que vocês têm uma vida para levar, que vocês têm responsabilidades. 
E novamente, isso não significa que devemos jogar fora o bebê, mas vê-lo pelo que ele é. 

Quando esse ponto de vista mudou, efetivamente, como já foi dito na pergunta anterior, a Fluidez está aí. 
E além da Fluidez, vocês tomam consciência de que vocês não são esta Consciência e vocês abandonam mesmo o que vocês pegaram. 
E aí vocês São Absolutos, com uma forma. 
O que quer que se torne esta forma, o que quer que se torne este saco, vocês São Liberados Viventes. 
Vocês não são mais afetados pelo que se torne esse saco, vocês não são mais afetados pelo que se tornem as relações. 
O medo não pode mais existir, ele não pode mais conduzi-los e levá-los pela ponte do nariz, porque vocês veem claramente. 
Vocês veem claramente porque vocês aceitam em não mais ver-se: vocês se tornaram Transparentes, vocês se tornaram Humildes e vocês se tornaram Simples. 
Vocês fizeram o sacrifício de si mesmos. 
Aí está o Absoluto. 
Algumas Estrelas expressaram e mostraram a vocês por suas vidas. 
Onde está a sua confiança?
Em seu "eu", no seu Eu Sou ou fora deste Mundo? 
Pela ação que vocês levam, pelas ações e reações que vocês conduzem, vocês demonstram, por aí mesmo, aí onde vocês estão: Absoluto ou não. 
Enquanto o medo conduz vocês, enquanto os seus ferimentos conduzem vocês, vocês se trapaceiam a si mesmos. 
Não existe qualquer solução, neste Mundo, que permita curar. 
A única coisa que vocês têm para curar é a sua crença em vocês mesmos. 
A única coisa que vocês têm para se livrar é o efêmero.

Pergunta: eu sou uma angustiada e estressada perpétua. Mesmo o fato de não ter questão ou, pelo menos, não poder formular uma, eu tenho um problema. No entanto, eu não sei o que perguntar. Isso não significa que eu não tenha ainda apegos, mas quando eu faço uma pergunta, isso me parece tão evidente, como se eu conhecesse a resposta. Então, talvez como se eu não quisesse ver algo, entre aspas, e que, no entanto faz-me constatar, que eu não vivo o Absoluto. Você poderia apontar o dedo sobre a verdadeira questão?

Mas a verdadeira questão é o que você confessa no início: "eu sou estressada", "Eu sou angustiada". 
Mas quem é angustiado, estressado? Por que você se identifica com isso? 
Há um prazer maligno em acreditar-se estressada e angustiada. 
Você é o estresse e a ansiedade? 
Qual é este prazer maligno em querer servir as suas próprias resistências, as suas próprias ilusões. 
O medo é um apego, a angústia, também. 
É muito fácil dizer que isso vem de uma ferida, que foi vivida na infância, no passado, em uma vida passada, mas nada de tudo isso existe.
Quando você diz: "eu sou estressada, eu sou uma angustiada", você se condena a si mesma, porque você adere a isso. 
Uma manifestação acontece no saco de comida, no saco mental e você é persuadida a ser isso. 
Como você quer estar em Paz?
Enquanto você está identificada com isso, como você diz, “eu estou doente", como você pode esperar estar na saúde? 
A melhor maneira de estar na saúde é deixar este saco se desembrulhar sem intervir. 
Enquanto você acredita que você se vai ocupar disso, ele vai causar-lhe problemas, porque você concede peso ao que você não é.
Você está identificada mesmo, não ao Eu Sou, mas ao estresse e à angústia. 
Isso não pode funcionar e isso não funcionará jamais, enquanto você der peso a esse estresse, e a essa angústia, a essa depressão ou a essa Alegria, mesmo, porque você não é nada do que se passa. 
O que permanecerá do estresse e da angústia quando você estiver morta? 
Explique-me. 
O objetivo não é encontrar de onde isso vem, o objetivo não é dizer: "Eu sou assim", porque isso é falso. 
Você está abusivamente identificada a isso e portanto, você abusa de si mesma.
O medo e o Amor, o medo ou o Amor. 
Estresse e angústia é igual a medo. 
Mas se o estresse e a angústia estão ligados ao amor, não é o Amor, é um apego.
Porque o Amor torna Livre. 
Se o amor não te torna livre, isso não é Amor, é uma projeção do amor, no sentido humano e, claro, isso gera o quê? 
O medo da falta, o estresse e a angústia, o vazio, a dor, a perda. 
Você é tudo isso? Renda-se conta: isso não depende de suas crenças. 
Porque você acredita ser o estresse, você acredita ser suas angústias, você se acredita proprietária, quer eles a incomodem ou não. 
Você não é proprietária de nada. 
Nem do estresse, nem da angústia, nem da Alegria, nem do Amor. 
O estresse, a angústia, o medo, a falta, o amor (no sentido humano), remetem você inelutavelmente à falta, ao medo do vazio e à solidão. 
Isto é, portanto, já considerar que você está cortada, separada, dividida. 
É dar peso ao efêmero. Contanto que você aceite, contanto que você se identifique a um medo, a um estresse, a uma angústia, a uma depressão, como você quer ser Livre? 
Então você vai me responder (ação / reação): "eu vou lutar contra." 
De onde vem o meu estresse, de onde vem a minha angústia? 
E, claro, haverá sempre uma razão, em sua história, em seu passado, em seu carma. 
Mas quem está envolvido nisso? 
O Eu, é claro, o ego. 
Então o Eu Sou vai dar-lhe um curativo. 
Você vai viver momentos em que tudo vai desaparecer, quando você medita, quando você está em Samadhi. 
E isso passa de um ao outro e isso não para. 
E você acredita que a força de viver Samadhis, momentos mais felizes, a infelicidade desaparecerá. 
Mas nem infelicidade nem felicidade podem resolver a equação. 
Você está além de tudo isso. 
Portanto, é preciso, aí também, refutar. 
É necessário colocar-se além. 
Isso não significa não aceitar ver. 
Mas é uma coisa aceitar ver, sentir, e é bem outra identificar-se. 
Você dá corpo, você mesma, aos sofrimentos do corpo. 
Ou você dá corpo, você mesma, aos sofrimentos do saco, do mental. 
E, portanto, você se prende você mesma. 
Então é claro é sedutor encontrar uma explicação. 
Mas nenhuma explicação permitirá superar isso, porque isso permanece no nível da ação / reação.

Pergunta: Por que eu caio no sono durante a leitura de BIDI?

Esta é a melhor das coisas que possa acontecer a você. 
Como eu o disse anteriormente, o que você leu não é a mesma coisa que você ouviu. 
Algumas das palavras que eu pronuncio têm a faculdade (quando você as lê) de provocar, em você, um mecanismo que vai curto-circuitar o mental. 
O mecanismo de adormecimento, que você vive, então, é uma aprendizagem, se assim posso dizer. 
Mecanismos que permitirão a você, em algum momento, Ser Absoluto. 
O mecanismo de adormecimento, como já foi dito, é de qualquer forma sobreponível ao Absoluto, na medida em que (quer seja no Eu ou no Eu Sou), dá a você ver e a viver, do seu ponto de vista, o que é o desparecimento da Consciência, quando o mundo desaparece, onde o Eu desaparece e onde o Eu Sou desaparece. 
Virá um momento em que este desaparecimento do que é limitado e efêmero, vai traduzir-se, para você, pela colocação de sua Consciência na não-Consciência, ou seja, o mecanismo que o revela a si mesmo, no que você É, de toda a Eternidade, no que você É, no Absoluto, além de toda projeção, de toda consciência, de toda lucidez e de todo sentido de identificação, quer isso seja a uma pessoa ou a um indivíduo. 
Assim é, se assim posso dizer, um muito bom sinal. 
Eu dizia também que, muitas vezes quando eu me expresso, vocês estão na escuta, mas vocês não ouvem necessariamente. 
Ou então vocês ouvem sem escutar. 
A meta não é nutrir o seu mental, mas sim criar uma perturbação necessária e suficiente dando-lhes a ver ou a perceber uma modificação em seu ponto de vista. 
A percepção que vocês têm da minha voz e da minha presença, traduz-se para vocês, por justamente o que faz falta. 
Alguns dentre vocês puderam dizer não sentir Amor ou outra coisa. 
O importante não é, nesse caso, senti-lo mas sim a ação produzindo-se sobre algumas partes deste saco, visando diminuir as resistências, reduzir a identificação com o Eu, a identificação com o Si, dando-lhes aproximar-se desse indizível.

Pergunta: Como não ser perturbada pelo contato com os outros que não estão na mesma energia?

O que você quer dizer com "mesma energia"? Eu ressituaria isso primeiro "na mesma Consciência." 
Enquanto houver uma distância, enquanto houver a percepção de que você é você e de que há um outro, há, muito evidentemente, uma distância e uma separação. 
Esta distância e esta separação vêm do posicionamento dentro da personalidade (e mesmo dentro do Si), dando a viver uma diferença, esta diferença podendo exprimir-se sob forma de dissonância. 
Assim então, toda projeção da Consciência, quer seja a partir do Eu, quer seja a partir do Si, vai se traduzir, inevitavelmente por entrada em resistência, por dissonâncias que vêm, então alterar, num primeiro momento, o próprio significado da sua identidade ou da sua pessoa. 
Através da repetição de experiências, será dado a você viver a instalação da não separatividade, da não distanciação, muito além da vontade do amor, muito além da comunicação, muito além da relação e levando-os a preparar o que é vivido, uma vez as portas da morte cruzadas. 
Ou seja, não mais uma comunicação, não mais uma relação, mas sim o Amor, no seu sentido o mais transfigurado, o mais autêntico, ou seja, onde não existe mais nenhuma barreira. 
Retenha bem que não é a sua Consciência do Si que é alterada, mas sim as dissonâncias existentes dentro de diferentes sacos de comida, sacos de casacos, que se confrontam uns com os outros, cada um com sua ilusão pessoal, cada um com a impressão de estar separado e distanciado. 
Dentro desse mundo, vocês se comunicam por palavras, por expressões, por subentendidos, por Vibrações, por emanações. 
A sua emanação vem encontrar uma outra emanação. 
No Absoluto, isso não existe. 
A transparência é total, permitindo deixar-se atravessar pela informação, sem nada reter (desta emanação), sem nada alterar, sem estar na dissonância. 
O próprio princípio deste mundo, assim como a sua ilusão é a sua Dualidade, é a dissonância. 
A dissonância se mantém ela mesma, por si só, o princípio da separação existente sobre o que cai sob os sentidos, quer sejam os olhos, quer seja a própria Consciência.
Tudo isso pertence ao efêmero. No que é chamado de as outras Dimensões, como no Absoluto, este princípio de separação e de resistência, chamado dissonância, não pode ser manifestado, nem mesmo conceitualizado. 
O confinamento criou o seu próprio sofrimento. 
O fato de estar isolado, de não sair deste saco de comida, deste saco de pensamentos, dará a vocês, infalivelmente, a encontrar mecanismos de dissonância. 
No máximo, instalando-se no Si, na Unidade e no "Eu sou Um", vocês vão limitar os fenômenos de dissonância e vocês irão poder manifestar a lei da Graça, manifestar o que vocês nomearam a Fluidez da Unidade, permitindo-lhes aproximar-se da Alegria, de viver a Alegria. 
Mas vocês todos têm vivenciado que as contrariedades deste mundo, um dia ou outro (exceto se vocês ficam em Samadhi permanente), vão encontrá-los. 
Este princípio de dissonância está inscrito no princípio da personalidade, no princípio de separação, no princípio de isolamento, que vocês vivem. 
Vocês não podem escapar disso. 
Apenas aquele instalado no quarto estado da Consciência, nomeado Turiya, no Si, na Infinita Presença, chega a manifestar um sentimento de permanência dentro da não-resistência e da não-dissonância, interior como exterior, visto que a distância, interior como exterior, não existe mais. 
No entanto, isso não se instala na duração, porque vocês estão inscritos, neste corpo, em um princípio efêmero. 
O efêmero tem por função manter o efêmero.
A dissonância (ou a resistência) fazem parte da constituição própria deste corpo, deste saco de comida, como deste saco mental. 
Vocês não podem escapar disso visto que o seu ponto de vista permanece aquele deste corpo e deste mental. 
É apenas sendo Absoluto, Revelado, Desvelado (seja qual for o nome que vocês deem a ele), que vocês podem sentir a resistência, a dissonância, Interior como exterior, sem ser afetado por isso, porque naquele momento vocês sabem que vocês não são nem este saco de comida, nem este saco mental, nem nada do que existe no seio deste mundo. 

Assim, as leis que vocês vivem (e que nós vivíamos quando nós éramos encarnamos) não são absolutamente superponíveis sobre o que acontece nas outras Dimensões e ainda menos no Absoluto, especialmente se este Absoluto se torna sem forma. 
O princípio de separação é, muito exatamente, o que permite à Consciência, aparecer.
Consciência dividindo-se, como vocês o sabem, em subconsciente, consciente, supra consciente. 
Mas o que gerou a Consciência? Perguntem a si mesmos. 
De onde vem a Consciência? Não de onde vem a personalidade, não de onde vem a alma, não de onde vem o Espírito, mas de onde vem a Consciência? 
A Consciência é uma projeção de algo que não estava consciente e que no entanto, é o Todo. 
Este é o Absoluto. Qualquer mecanismo de projeção não deve ser visualizado unicamente como uma exteriorização, mas também como uma interiorização, isto é, à noção de um movimento. 
O Absoluto é o centro, presente em todo ponto. Ele é, portanto, não-movimento, não-ação, o não-ser. 
Isto é o que vocês São, isso é o que nós somos todos. 
Aquele "todos" que, aliás, não existe. 
O princípio de separação é a experiência da Consciência, seja qual for o nível, a partir do nível mais denso até Turiya. 
Assim, vocês não podem escapar às leis do efêmero: este corpo aparece, este corpo desaparecerá. 
Este mental aparece, este mental desaparecerá. 
E vocês, onde estão vocês? Nem este corpo, nem este mental, nem qualquer das projeções da Consciência, que são apenas experiências efêmeras. 
Da mesma forma, passando de Dimensão em Dimensão, nos mundos ditos Unificados, permanece uma conexão com A Fonte e, especialmente, com o Absoluto. Este é o Absoluto que subjaz as Dimensões, este é o Absoluto que permite a Consciência. 
Mas a Consciência não é o Absoluto. 
Ela é parte integrante dele. 
Ele está contida dentro do Absoluto, é o seu suporte, ela é a sua manifestação, Interior como exterior, dividida ou não dividida. 
Naturalmente, os mecanismos de dissonância e de resistência, tais como você os exprime, estão ausentes nos Mundos ditos Unificados, por causa da Transparência, Transparência, do saco, mesmo se este saco não tem nada a ver com a sua aparência lábil dentro deste mundo. 
Todo saco é mutável. Seu saco, aqui muda a cada dia, mas aparece entre o que é chamado o nascimento e a morte. 
Nos Mundos Unificadas, o saco é mutável, nenhuma forma é fixa: o que explica a Transparência, a mutabilidade, a continuidade e, portanto, a conexão com A Fonte, assim como o contido dentro do Absoluto. 
Assim, portanto, nenhuma dissonância pode realmente desaparecer. 
Vocês conhecem todas, em suas histórias, em suas vidas sobre este mundo, o desenrolar de todas as histórias, o desenrolar de todas as sociedades, de toda célula de tudo o que é vivente, de todos os sistemas, de todos os conceitos. 
Há aparição, há o crescimento, há o ápice, há um declínio, e depois há o desaparecimento ou morte. 
Isto é válido para uma célula, isso é válido para tudo o que existe, o que lhes é dado a ver, a viver, a perceber dentro deste mundo. 
O que não existe, muito evidentemente, absolutamente não no centro das Dimensões Unificadas, como no Absoluto, com ou sem forma. 

Vocês não podem opor-se à dissonância. 
Porque se opondo à dissonância, vocês mantêm as ligações, vocês mantêm o confinamento, vocês mantêm a ilusão. 
A única maneira de sair da ilusão não é negar a vida, mas sim colocar-se em outro lugar, mudar o ponto de vista, refutar o que é efêmero, a fim de viver neste saco, o Absoluto com uma forma. 
É apenas naquele momento que as dissonâncias, reais, podendo alterar o que vocês são, não podem durar, nem afetar, em longo prazo, mesmo efêmero, o que vocês São no Absoluto. 
As consequências não são as mesmas segundo o que vocês  estabeleceram no "eu", segundo o que vocês estabeleceram no Si, segundo o que vocês vivem na Infinita Presença, e segundo o que vocês São Absolutos. 
A intensidade da dissonância pode ser vivida, também, sendo Absoluto. 
Mas é extremamente fácil sair desta dissonância, para aquele que efetuou as Passagens do "eu" ao Si, e do Si ao Absoluto, desde que o Absoluto tenha sido revelado. 

Vocês não podem lutar, porque ajustar a sua consciência à lutar reforça a oposição, reforça o efêmero, e reforça a ilusão. 
Nenhuma melhoria, no seio deste mundo pode trazer-lhes a Verdade, a Liberação. 
Só que, em última instância, a própria Consciência, desembaraçando-se dela mesma, isto é, do observador é capaz de estabelecer o Absoluto. 
Os obstáculos são numerosos. 
O primeiro dos obstáculos não é a dissonância, o primeiro dos obstáculos é buscar, então vocês não têm nada a procurar: enquanto vocês procuram, vocês se afastam. 
Enquanto vocês gastam o seu tempo procurando o que vocês não têm, vocês criam dissonâncias, vocês se afastam. 
Se vocês se contentam com o que sempre esteve aí, que é dizer vocês, além do "eu", além do Si, nenhuma dissonância pode alterá-los, nenhum sofrimento pode fazê-los sofrer. 
O que sofre é o efêmero. Vocês sabem muito bem que quando há uma perda, exprime-se o sofrimento. 
Quer isso seja pela morte, a perda de um ente querido, o desaparecimento de um ente querido, de uma situação, modificações de lugar, isso tem por nome o medo. 
Porque o medo é dissonância e resistência. 
E o medo os inscreverá sempre no "eu", e ele ainda está presente no Si, desde que vocês saem dele. 
Apenas, o Absoluto revela o que vocês São, definitivamente, da coisa de que vocês estão revestidos, no seio deste mundo, que é chamado de medo. 

Enquanto vocês têm medo, por vocês, por este corpo, por sua vida, por um evento, por uma pessoa, vocês não são Livres. 
A Liberdade é a Dissolução do medo. 
A Liberdade é a ausência de resistência. 
Não pode existir prática, em um sentido espiritual, o que possa, definitivamente, fazê-los desparecer do medo. 
O desaparecimento do medo está ligado ao seu próprio desaparecimento, como uma pessoa, como indivíduo, como um modelo, como um conceito, como uma percepção, como percebido. 
Porque todos esses elementos são apenas projeções e, toda projeção é a dissonância, na sua essência. 
O que está em jogo é o ponto de vista, não é Vida. 
A Vida, aqui como em outros lugares, é perfeita. 
Se vocês aceitam isso, não como uma crença, mas colocando os fundamentos, da mesma forma que isso foi o caso para a refutação e para a investigação, vocês viverão, seguramente, o fim da dissonância. 
A questão se resume apenas nisto: vocês querem ser Livres? 
Mas não podem pretender ser Livres e estar confinados, em qualquer lugar, nem mesmo no Si. 
A Liberdade é a ausência de dissonância, a ausência de resistência, e o estado de Transparência, que se apoia sobre a Humildade, e a Simplicidade. 
Algumas das Estrelas disseram-lhes para não ser nada neste mundo. 
Se vocês não são nada, vocês São tudo. 
Claro que isso não pode ser aceito, nem pela personalidade, nem por aquele que se observa no Si. 
Enquanto vocês observam alguma coisa, vocês não estão Livres. 
Claro, existem estados, que vocês nomeiam Vibratórios, que são capazes de resolver, de modo temporário, as dissonâncias: pela empatia, pela compaixão, pelo amor, pela tolerância. 
Mas estas são virtudes morais, estas são virtudes, às vezes, espirituais, mas não é Absoluto.
Apenas o Absoluto rompe definitivamente o feitiço de Ilusão, da adesão a uma crença, da adesão a uma vida, da adesão a um mundo, qualquer que ele seja. 
Isso não priva vocês deste mundo, enquanto o saco de comida está presente, muito pelo contrário. 
Porque é apenas naquele momento, percorridos pela Onda da Vida, que vocês vivem a verdadeira Vida. O que vocês chamam de vida, tanto no eu como no Si, é apenas a expressão de resistências. 
O orgulho espiritual é isso. Aceitem desaparecer, aceitem em ser o menor, e vocês serão o Todo. "Enquanto vocês não forem rebaixados, vocês não serão Elevados", eu repito, palavra por palavra, o que foi expresso pelo CRISTO. 
Ele fez nada mais do que viver em sua totalidade, o caminho da Liberação. 
Em todas as civilizações, em todos os países, vocês tiveram seres que foram libertados de todos os condicionamentos, mesmo sendo, inicialmente, seguidores de um guru, de uma religião, de um conceito, de uma filosofia. 
A partir do momento em que vocês se desvencilham de qualquer referência, de qualquer crença, de qualquer ilusão naquele momento, vocês São uma Liberado Vivente. 
Vocês não precisam vir de uma tal cultura, ou tal religião.
Vocês precisam justamente Liberar-se disso. 
É preciso ousar ser Livre. Não há Liberação enquanto persiste o ilusório de seu ponto de vista. 
Isto significa dizer que, enquanto vocês permanecem na ação, e na boa ação, vocês mantêm a reação.
Ficar tranquilo, não é nada fazer, mas deixar que se faça. 
Não é querer Ser, mas deixar Ser. O que vocês têm que viver depende da sua capacidade de considerar a sua Liberdade, a sua Liberação, ou não. 
Dissemos a vocês (e especialmente os Anciãos mais do que eu), os aspectos de Vibração, visto que a Consciência é Vibração. 
Mas não conseguem perceber o que São, na Verdade. 
Porque vocês São o conjunto das Vibrações. 
A única coisa que vocês podem ver é a vocês mesmos. 
É somente quando as projeções exteriores da consciência, ou Interiores, da consciência (seja qual for o ponto de vista, efêmero e limitado, do "eu" ou do Si), desaparecem, que o Absoluto é revelado. 
Como sua Essência, sua natureza, sua perenidade, o que nunca mudou, o que nunca nasceu, o que nunca desaparece. 
Quando vocês dizem: "eu morro", quem morre? O que resta sempre, o que mantém a ilusão, é o medo. 
O que foi nomeado, creio eu, os apegos da personalidade a ela mesma (nota: ver a rubrica "protocolos a praticar"). 
Não há nada para desconstruir em definitivo. 
Não há nada a procurar. 
Não há nada a Ser: refutar tudo isso, e o Absoluto está aí. 
É instantâneo, não há tempo. 
Se vocês consideram um tempo, vocês se afastam do que sempre esteve aí. 
A Paz Suprema, a Morada da Paz Suprema, é, precisamente, o que chega à consciência que aceitou desaparecer.
Inúmeras Estrelas expressaram a vocês, através de seu caminho pessoal, através de sua história e de sua experiência.

Mensagem do Venerável BIDI, segunda parte, do dia 13 de julho de 2012,
publicada pelo site francês AUTRES DIMENSIONS

Tradução para o português: Josiane Oliveira.

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