
De meu Espírito a
seu Espírito, de seu Espírito a meu Espírito, Irmãos e Irmãs em Espírito e na
humanidade, eu sou Hildegarde.
Eu venho para
vocês, em Espírito de Verdade, para falar do caminho de meu Espírito que será o
caminho de seu Espírito.
Permitam-me voltar
sobre minha experiência e minha vida na densidade Dimensional na qual vocês
estão hoje.
Muito jovem, eu
vivi a Luz do Espírito.
Eu escapei como
alguns de vocês o fazem hoje, a esta densidade.
Eu me reencontrei
muito jovem, aliás, nos mundos que me foram, frequentemente, impossíveis de
descrever com as palavras.
Eu vivi sozinha, o
que ninguém podia me explicar que nenhuma história humana ou nenhuma
experiência humana havia consignado.
O que eu vivi
naquela época não podia de forma alguma se explicar, nem mesmo ser reportado de
outro modo que no interior do que, naquela época, pareceu-me o mais próprio a
estar, no mínimo em adequação, no ideal do que eu tinha vivido.
Do exterior, o
lugar onde eu fui, onde eu vivi, foi chamado de arrebatamento, êxtase,
ausência, ou mesmo epilepsia, por alguns médicos, ou possessão.
O que eram essas
palavras com relação ao que minha Consciência estava imersa?
É claro, a tradução
foi esta soma de conhecimentos musicais, da natureza, dos mundos invisíveis,
que eu passei toda minha vida a consignar.
Eu não estou aqui
para falar disso, porque isso é acessível.
Eu vim, antes,
testemunhar, por minha Presença, pela própria Vibração de minha Presença e,
sobretudo, tentando colocar em forma com vocês, o processo, além das palavras,
que eu vivi então.
Em um momento
preciso de minha vida, em que mais nada parecia possível, eu decidi me
abandonar, de algum modo morrer e, para isso, eu mergulhei em mim mesma, não
num fluxo de pensamentos, nem numa qualquer tristeza, mas foi então um mergulho
em mim mesma – eu não encontrei melhor expressão – como se eu diminuísse.
Eu acompanhei essa
diminuição porque esperava que, no final dessa diminuição, eu desapareceria
desse mundo.
Eu parecia
concentrar minha Consciência sobre um ponto.
Eu queria me fundir
nesse ponto para que esse ponto desaparecesse, ou seja, que eu tivesse mais
existência para sair, mesmo, desse mundo.
Nesse processo de
diminuição, não havia qualquer angústia, simplesmente a certeza de desaparecer,
inteiramente, a certeza de não mais existir.
Esse ponto, eu
havia primeiro imaginado atrás de meus olhos, mas o ponto permanecia sempre.
Então, ao final de
um tempo que eu não posso determinar, eu decidi desaparecer por outro ponto,
eis que aquele não queria desaparecer.
Então, eu decidi
que seria no meio de meu peito que talvez eu pudesse desaparecer.
Eu observei
primeiro, que esse ponto pulsava e que minha Consciência pulsava segundo o modo
pelo qual eu respirava; então, eu decidi também não mais respirar.
E, de um golpe, de
um único, eu perdi a consciência desse ponto e desse corpo e mesmo desta
respiração.
E aí, efetivamente,
de um golpe, eu não existia mais.
No momento mesmo em
que tive a impressão de que tudo desaparecia, eu me encontrei em outro lugar,
num estado em que não havia mais a menor possibilidade de se agarrar ao que
quer que fosse.
Não havia mais
respiração, mais corpo e, no entanto, isso não era o nada porque, pouco a
pouco, eu me fundi em algo que nenhuma palavra pode traduzir.
Minha Consciência
se tornava o que eu queria.
É claro, o que me
atraiu mais, num primeiro tempo, foram os sons que eu não podia localizar (eu não
era mais esse corpo, eu não estava mais em parte alguma) e, focalizando-me
nesse som, eu me tornei esse som.
O som se modula e
depois eu me tornei esta modulação.
Esta modulação
tornou-se uma cor, inexistente de onde eu vinha, e eu me tornei esta cor.
As formas que eu
podia adivinhar e não ver, que eu podia também me tornar, frequentemente os
triângulos.
Eu me apercebi
então que eu podia me tornar, literalmente, tudo o que estava lá.
Muito rapidamente,
então, eu me disse: «eu, que não queria mais existir, eis que eu existo no
Todo».
Então, naquele
momento, eu emiti o que chamaria de um pensamento, mas, antes, uma tensão que,
para mim, na realidade que eu acabava de deixar, evocava a perfeição.
Eu me coloquei a
evocar uma tensão para o sol e, depois, para o Cristo, ao mesmo tempo.
E aí ocorreu o que
eu poderia chamar, em palavras humanas, uma detonação, uma explosão.
Eu me tornei então
o sol e eu penetrei então algo que não era eu, eu tinha a convicção, mas que eu
me tornei instantaneamente.
Quando eu digo que
eu me tornei, não era mais eu, mas eu era Ele em sua carne, em sua memória, em
seu Espírito.
Uma experiência,
uma vivência que nenhuma palavra pode traduzir.
Então eu decidi que
não era realmente tudo o que eu havia me tornado, mas o que eu queria, então,
era desaparecer.
E, naquele momento,
eu ouvi uma palavra ecoar em seu corpo.
Essa palavra eu
posso traduzir pelo «Si» e, naquele momento, instantaneamente, eu me tornei o
Todo, se é que eu posso expressar essa palavra tão simplesmente.
E aí, eu passo por
sensações extremamente violentas, eu as chamaria assim, ainda hoje, de uma
intensidade extrema de sons, de formas, de cores, de mundos, de Consciências
diferentes nas quais, literalmente, eu estava.
Naquela época, não
havia ainda, em minha cabeça, a possibilidade, voltando, de encontrar o que
quer que corresponda à vivência que eu acabo de expressar.
É claro, hoje, lá
onde eu estou esta experiência é conhecida, foi vivida e descrita, bem melhor
do que por mim.
Naquela época, eu
não procurava descrever o que era indescritível, sob pena de ser queimada,
então eu decidi, em minha vida, me impregnar desta experiência que eu tinha a
possibilidade de dirigir, desta vez sem querer desaparecer e traduzir isso do
modo como eu tudo transcrevi.
Este estado foi
descrito e a expressão a mais adequada que eu posso encontrar seria a
dissolução do ego, a realização do Si e, ao mesmo tempo, a dissolução final.
Eu lhes falo disso
quando de minha primeira vinda, assim, coletiva, entre vocês, para lhes dizer
que toda vida criada, toda vida existente, toda Consciência existente não pode
se perder ou desaparecer.
Ela pode se
transformar.
Ela pode ir (chame
assim, se querem) do infinitamente pequeno ao grande Todo.
É exatamente isso
que se prepara.
Cada um de vocês se
tornará o que criou, em sua própria Consciência.
Lembrem-se do
início de minha história: eu coloquei o ponto onde eu queria me fundir e
desaparecer, primeiro, muito logicamente, na cabeça.
O único lugar onde
eu pude viver realmente o que eu havia projetado foi o centro de meu Coração,
lá onde isso respirava lá onde isso batia.
Eu sei que hoje
vocês sabem todos, mesmo sem realizá-lo verdadeiramente, que o essencial atua
ali: esse ponto central de seu Coração.
Eu lhes falei
também de concentração.
A aniquilação total
da consciência, nesse ponto, conduz ao Todo.
Então, um
determinado Arcanjo, como Uriel, falou-lhes de reversão.
Um Melquisedeque
falou de switch.
Eu, eu lhes digo
que o abandono à Luz e a tensão ou concentração nesse ponto conduz ao infinito
e que extrair-se do mundo que eu queria me extrair (tendo compreendido naquele
momento que era uma ilusão, aí também), permitiu-me, contudo, viver, nesse
ponto, esta alquimia.
A passagem do
infinitamente pequeno, o fato de não ser mais nada nesse mundo conduz ao ser
tudo em outro lugar.
Eu compreendi
também (porque havia estudado e compreendido a vida do Cristo) o que já exprimi
(e que exprimiram na sequência, é claro, inúmeras Consciências que se liberaram):
de fato, vocês não podem se liberar estando apegados ao que quer que seja e,
sobretudo, vocês não podem se liberar enquanto estão apegados a vocês mesmos.
Não é a negação da
vida, mas é a própria compreensão e a própria vivência do que eu chamei, seguindo
a Cristo, o Renascimento ou a Ressurreição, porque é exatamente a mesma coisa.
Vocês devem
desaparecer inteiramente, no espaço de um instante, desta realidade, para se
levar ao outro lado.
Vocês são
grandemente ajudados, hoje, por tudo o que esse sistema solar e nós mesmos lhes
enviamos.
Mas são apenas
vocês que podem se fazer muito pequenos para não mais existir em nenhum lugar,
a não ser nesse ponto e passar, então, para o Tudo.
Este abandono é
verdadeiramente um abandono de tudo.
É preciso, como
lhes disse o Arcanjo Anael, se dar.
É um mecanismo
preciso da Consciência.
Não é uma visão do
Espírito.
É eu diria uma
tensão, mas uma tensão que não é da ordem da vontade, mas uma tensão do
Espírito para ele mesmo.
O que está
acontecendo nesse sistema solar para todas as consciências é exatamente a mesma
coisa.
A reversão, a
minha, que eu lhes expressei, será também a sua.
A experiência que
eu acabo de lhes contar não é simplesmente a história de uma experiência, mas,
bem mais, uma tela de que será preciso rememorar a existência, no momento
vindo, ou no momento em que vocês decidirem dar esse último passo.
A grande diferença
é que, hoje, vocês fazem isso estando informados de várias maneiras de outras
realidades, de outros mundos, de outras Dimensões, mas a passagem é
estritamente a mesma.
Tornar-se, como o
disse minha Irmã Santa Teresa, em sua vida, a menor entre todos.
Apenas fundindo-se
nessa pequenez, nesta insignificância, como ela o disse que vocês percebem o
tudo.
O intelecto é
exatamente o inverso enquanto ele não está aberto a esta Verdade do Coração.
Em contrapartida,
eu demonstrei, voltando de minha experiência, que o acesso ao verdadeiro
conhecimento, naquele momento, era instantâneo e direto no Coração.
Não era o
conhecimento intelectual, nem um conhecimento que vocês chamariam hoje de
esotérico ou iniciático, mas efetivamente um conhecimento direto e instantâneo
situando-se no Coração, o lugar por onde eu passei.
Porque, uma vez que
a passagem é realizada, tudo é possível, absolutamente tudo.
Naquele momento,
vocês se tornam criadores de sua realidade, aqui como em outros lugares, porque
vocês não estão limitados ao aqui.
Sua consciência
investiu inteiramente neste aqui.
Assim, portanto,
vocês são limitados, e vocês ainda creem, a esse corpo, a essas funções, a esta
personalidade, mas, agora e já, sua Consciência é, desde sempre,
multidimensional.
Nós havíamos todos,
simplesmente, coletivamente, esquecido.
Fizeram-nos
esquecer.
Assim, sua
Consciência existe nesse corpo, nesta vida, mas ela existe, de maneira
simultânea, em todos os corpos e em todas as vidas que vocês tiveram nesta
matriz, não num passado, não num futuro, mas agora, do mesmo modo que vocês
existem em seu corpo de Luz ou seu corpo imortal, corpo de Existência, de toda
a Eternidade.
É isso que se
avança, agora, para vocês.
Nesta Ilusão, vocês
estão presentes por toda parte, efetivamente, ao mesmo tempo.
É isso o que vocês
irão revelar.
Não é uma criação,
mas, verdadeiramente, uma revelação.
É por isso que
vocês só podem aceder à Consciência, chamada de pura e liberada, aceitando se
extraírem, inteiramente, do que vocês creem ser.
Extrair-se não é se
suprimir ou morrer, é totalmente o inverso.
Há realmente, pela
Luz Vibral que desce agora em fluxos contínuos sobre esta Terra, que se
desidentificarem de um papel, de uma função, para se identificarem à Verdade
que não é absolutamente o que os sentidos comuns lhes sugerem.
Aliás, o silêncio
dos sentidos, o silêncio das atividades exteriores é o caminho para conduzi-los
para seu Ser Interior.
Aí está, Irmãos e
Irmãs em Espírito e na Humanidade, o que queria compartilhar, com vocês, pela
Vibração de minha Presença.
Se existe, em
vocês, especificamente com relação a esse processo de Consciência, não o meu,
mas também o de vocês, questionamentos, então, eu responderei.
Pergunta: poderia
voltar a desenvolver sobre a multidimensionalidade?
Irmão em Espírito,
isso é extremamente difícil porque, como eu o disse, as palavras são bem
frágeis, extremamente limitadas pelo próprio cérebro, porque o cérebro não terá
jamais acesso à multidimensionalidade.
O que tem acesso à
multidimensionalidade é, justamente, a Consciência desembaraçada desse cérebro.
A melhor descrição
é aquela que eu lhes dei, não há outras: vocês se tornam ao mesmo tempo a
forma, o som, a cor, vocês se tornam todas as formas, todas as cores, todos os
sons, todas as músicas, vocês se tornam a estrela, o átomo, a flor, vocês se
tornam a própria Luz, o próprio Cristo.
Em resumo, vocês se
tornam o que sua Consciência é.
E sua Consciência é
exatamente o que ela decide.
É impossível, pelas
palavras, fazê-los mesmo vislumbrar o que isso pode ser.
Alguns Arcanjos e
alguns Melquisedeques ou algumas Irmãs têm a capacidade de fazê-los se
aproximar, nesse corpo, deste estado, chamado de estado de Presença ou
realização do Si.
É um primeiro
esboço – e eu digo sim esboço – do que é a multidimensionalidade.
A melhor forma de
ali chegar é, como eu disse, se desidentificar, quer dizer, tornar-se pequeno,
cada vez menor, até não mais querer ser o que quer que seja, ao mesmo tempo
estando totalmente na vida.
É o único modo de
ali chegar.
Descrever, o que é
impossível com as palavras, os estados Vibratórios da própria Consciência, não
seria de qualquer ajuda, porque as palavras são bem frágeis.
Se você espera
colocar isso em equações, mesmo se alguns de seus cientistas ali cheguem hoje,
a equação não é a vivência, a compreensão ainda menos, a descrição ainda menos,
porque apenas a Consciência pode vivê-lo e certamente não o intelecto.
Pergunta: você pode
desenvolver o que é a Repulsão no âmbito das Estrelas de Maria?
É exatamente o que
eu expressei através de minha experiência.
Esta repulsão é o
que me permitiu, na experiência inicial de aniquilação de minha consciência e
de minha presença nesse mundo, viver o que eu vivi.
A Repulsão a que se
refere não é nem o Mal, nem o fato de estar em repulsão com relação a um
elemento ou um acontecimento.
É uma
transcendência da Repulsão, que eu chamei esta tensão para a aniquilação, esta
tensão do Espírito, este abandono à Luz: a doação de si.
Minha Irmã Teresa
teria chamado a isso a própria negação, em Consciência, chamada a humildade
extrema, sem ir, como o viveram alguns, até a flagelação ou outros (as sevícias
corporais a nada servem, estritamente a nada).
É somente uma
atitude da Consciência que conduz a isso.
É isso a Repulsão.
De outro lado, a
Repulsão, eu poderia chamá-la de atração final, aquela em que tudo se resolve,
ou seja, o retorno final à Fonte.
Voltar Si mesmo,
voltar a ser a totalidade da Fonte por uma forma – e ainda a palavra é frágil –
de mimetismo ou de sobreposição, seria talvez a palavra exata.
Ainda uma vez, essa
palavra não pode ser compreendida com seu cérebro, em termos dinâmicos, somente
pela oposição ao Bem ou à Atração.
Ainda uma vez, as
palavras são bem frágeis.
Olhem, por exemplo,
o que foi chamada a Estrela Visão.
Quando vocês falam
de Visão vocês têm tendência a falar da visão ocular ou de uma visão Interior,
mas Visão é bem mais do que isso.
Não é unicamente a
visão tal como a entende o cérebro e os sentidos.
Aí está o que eu
posso dizer de Repulsão.
Em resumo, em minha
vida, eu tive êxito em sair, literalmente, do confinamento no triângulo a que
vocês chamaram Luciferiano, para transcender minha própria condição.
O que eu vivi, de
maneira única, vai se viver hoje.
Quando os místicos
orientais disseram que tudo estava no Interior, é a estrita Verdade.
Há mesmo, nesse
corpo, no próprio Interior do que vocês são, a totalidade dos mundos.
Eu não sei quem
disse que, se o conjunto da matéria dos universos e das Dimensões se
concentrasse em um único ponto, este não seria maior do que a cabeça de uma
agulha.
Eu penetrei a
cabeça da agulha.
Pergunta: por que
se tem um cérebro que incomoda para atingir a multidimensionalidade?
Irmã em Espírito,
não é o cérebro que incomoda, é a própria arquitetura do cérebro.
Sem entrar nos
detalhes, vocês estão num corpo de baixa Vibração ou de baixa densidade, de
densidade muito pesada onde, antes mesmo da falsificação, a opacidade e a
compacidade eram a regra, sem, contudo, bloquear o acesso ao outro lado.
Não há, portanto,
que julgar seu cérebro como responsável, mas, sim, a própria consciência, que
foi confinada.
O cérebro é apenas
a concretização deste confinamento, não em sua totalidade, mas em alguns
aspectos.
Não há, portanto,
criação de cérebro que limitaria o que quer que seja.
O cérebro é criado
para um objetivo e para uma Dimensão.
A Consciência
existe em todas as Dimensões.
Pergunta: para
viver o que você viveu, é preciso consagrar um máximo de tempo?
Eu jamais
pronunciei essas palavras, uma vez que esta experiência chegou de modo inicial,
como para muitos seres que viveram isso.
Querer ali
emprestar um tempo, querer ali emprestar algo de longo, é um erro.
Todos aqueles, sem
exceção, Irmãos e Irmãs em Espírito presentes sobre esta humanidade, que o
realizaram, em diversos períodos, realizaram-no instantaneamente.
Instantaneamente.
Não é, portanto, um
caminho, é um mecanismo da Consciência.
Enquanto vocês
permanecem na Ilusão de crer que é um caminho, vocês não viverão esta
Consciência.
É o mental que crê
e que criou isso.
Sem exceção,
quaisquer que sejam as tradições, os povos, as culturas, sem qualquer exceção,
aqueles que viveram isso, viveram-no instantaneamente.
É justamente o
momento em que a Consciência aceita que não há nada a buscar no exterior que
isso se produz.
É exatamente o
inverso da proposição formulada.
Pergunta: como se
pode viver esse processo na sociedade de hoje?
Mas eu responderia,
como lhes disse o Arcanjo Uriel, o que você quer se tornar?
E, sobretudo, o que
você quer ser?
Não é questão de
reconduzir este estado para ostentá-lo nesse mundo.
Não é algo que se
adquira.
Não é algo que
possa se conformar, justamente, a esse mundo.
É uma escolha.
A escolha, quando
vai para esta Consciência, como o mostraram todos aqueles que o viveram antes
de vocês, fez com que eles tenham, no entanto, persistido, para alguns, muito
tempo, nesta ilusão.
Cada um a seu modo
tentou transmitir os ensinamentos, os fragmentos.
É o mental que
pensa assim, como sempre.
O mental é crença.
A Consciência é
experiência.
O mental não poderá
jamais resolver o problema da experiência, porque ele não é a experiência, ele
é crença.
A Consciência é
Liberdade, o mental é confinamento.
Não há outras
possibilidades de saída, nenhuma.
E, no plano
coletivo, o conjunto de Irmãos e Irmãs em Espírito terá que realizar essa
escolha.
Que vocês a tenham
realizado agora ou no último instante, é, em definitivo, sempre a mesma
escolha: o confinamento ou a Liberdade.
Mas a Liberdade não
se pode viver permanecendo confinados.
É preciso,
primeiro, viver a Liberdade.
Nós lhes demos uns
e outros, muito numerosos elementos, pelas palavras, pelas Vibrações, por
muitos exercícios, mas, definitivamente, nós sempre dissemos que apenas você é
quem pode dar esse passo.
Não há qualquer
obstáculo que exista, da ordem mental, dizendo que não é compatível com isso,
não é compatível com minha vida.
Então, naquele
momento, muda a vida.
Enquanto o mental é
derivado e preso aos medos – medo da falta, medo de não mais estar inserido
nesta realidade – isso apenas faz traduzir o medo da transformação.
Este medo de que
lhes falou Sri Aurobindo, como uma secreção do mental.
O choque e os choques
que estão para viver e que vocês viverão, poderão apenas aumentar a secreção do
medo ou então conduzi-los a este último abandono, que eu chamei esta tensão.
Em resumo, a
Unidade, a multidimensionalidade é proposta a todo o mundo, sem exceção.
Mas, para aceitar e
aceder à multidimensionalidade, é preciso fazer o luto, a renúncia a esta
Dimensão, mesmo o mental, sabendo que é uma experiência, em definitivo, quando
vocês voltam, antes do fim, o mental existe sempre, mas você o superou.
Enquanto a questão
se coloca é que o mental não quer soltar e que o medo está subjacente.
É o mesmo princípio
que pode existir no que vocês chamam, eu creio, hoje, de esportes extremos,
onde é preciso vencer o medo.
Mas o medo não se
vencerá jamais pelo mental.
Ele apenas pode se
vencer através do que eu acabo de expressar.
Se você analisa,
com o mental, o que acontece hoje, a própria questão que você acaba de colocar
é a ilustração perfeita e total do mental que recusa deixar soltar, porque ele
não pode conceber e aceitar que a Consciência exista independentemente do
mental.
Pergunta: parece-me
difícil de ali chegar como você chegou.
Tudo isso
representa, aí também, apenas o mental, e exclusivamente o mental.
Da visão que eu
tenho de onde estou isso se tornaria, em outros termos – e não veja aí qualquer
ofensa – patético e dramático.
O que é patético e
dramático é o mental e não você, Irmã em Espírito.
Pergunta: é então
tão simples como soprar uma vela para apagá-la?
A imagem é
perfeitamente encontrada.
É preciso que a
tensão da Consciência, traduzida por soltar, abandono à Luz, seja total.
O mental fará
sempre tudo para impedi-los.
É o papel dele.
Não temos mais
perguntas. Agradecemos.
Irmãos e Irmãs em
Espírito e na humanidade queiram aceitar minha bênção.
Eu lhes digo até
mais tarde.
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Tradução: Zulma Peixinho.